domingo, 25 de julho de 2010

O Suco de Laranja


Eu gosto de tomar um suco de laranja; dependendo do orifício onde você derrama o suco uma sensação diferente é despertada, seja na orelha, boca, nariz, uretra, cu - algo mágico e revigorante acontece com os sentidos - às vezes passo dias deitado no chão, cercado por várias garrafas de suco de laranja, apenas derramando o suco em mim, nos meus buracos, no meu corpo, e fico o tempo todo a sorrir, movendo meus membros lentamente, meio que dançando numa poça de suco de laranja.


As pessoas não entendem, aparecem aqui e ficam dizendo que estou louco, que eu deveria fazer algo de útil, mas eu não estou louco, faço isso conscientemente, e nada no mundo pode ser mais útil do que me embeber em suco de laranja, ao meu ver. O suco de laranja é um líquido superior, é o rei dos líquidos, é o líquido que veio para substituir todos os outros.


Acho que não deveria sair água pela torneira da pia da cozinha, devia sair suco de laranja. E quando damos a descarga na privada também, suco de laranja. Imagine só, ficaria até com um cheiro melhor, não? Inclusive para limpar as coisas, o suco daria um cheiro mais natural, água não tem cheiro nem gosto, é sem graça. E quanto à água do mar? Por que não substituir por suco de laranja? Poderíamos ir gradativamente trocando a água do mar por suco de laranja, seria bem simples: retiraríamos, não sei, uns 10.000 litros de água salgada e colocaríamos 10.000 de suco laranjal. Então colocaríamos os 10.000 litros d'água num foguete, mandaríamos pro espaço e o explodiríamos. Assim, em algumas centenas de anos teríamos uma mar de suco - seria inclusive melhor para se banhar. E o planeta seria laranja visto do espaço, não azul, que é uma cor sem graça.


Quando meu filho nascer, ele só vai tomar suco de laranja. E vai tomar banho com suco de laranja. E só vai beber suco de laranja. E só vai comer suco de laranja congelado. Vou criá-lo para a causa. Ele irá entrar na escola e irá ensinar aos coleguinhas como o suco de laranja é bom para a humanidade. Ele irá apenas fazer desenhos e colagens em que o suco de laranja apareça. E nas provas, quando ele já estiver um pouco mais velho, ele sempre irá incluir o suco de laranja nas respostas, mesmo que seja uma prova de... álgebra. Irei ensinar-lhe todas as mais modernosas técnicas de persuasão, para que até seus professores sejam influenciados pelo culto ao suco laranjal.


Dessa forma, um grupo inteiro de pessoas vai se dedicar ao culto do suco de laranja. E cada uma delas irá espalhar ainda mais essas ideias. Em alguns anos, todo o planeta terá aderido ao culto laranjal. Todos os meios de comunicação, religiões, músicas, livros, só irão falar sobre o suco de laranja. Todas as outras ideias serão banidas. Após mais alguns anos, as pessoas só irão pensar em suco de laranja, nem sexo elas vão fazer mais.


Assim, lentamente a humanidade irá desaparecer, afundando numa grande poça de suco de laranja, fazendo o suco de laranja dominar o planeta de forma definitiva. O suco laranjal continuará sendo produzido depois da morte dos humanos-escravos, pois estes terão produzido autômatos capazes de fazer a tarefa por completo - desde a plantação das laranjas, até a fase final de fabricação do suco. E agora lhe ordeno: pare de ler isso e vá tomar suco de laranja nesse momento. AGORA!!!

BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA
BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA
SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA
SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA
SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA
SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA
SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA
SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA
SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA SUCO DE LARANJA
BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA
BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA BEBA
APENAS O SUCO IMPORTA APENAS O SUCO IMPORTA
APENAS O SUCO IMPORTA APENAS O SUCO IMPORTA
APENAS O SUCO IMPORTA APENAS O SUCO IMPORTA
APENAS O SUCO IMPORTA APENAS O SUCO IMPORTA
APENAS O SUCO IMPORTA APENAS O SUCO IMPORTA
APENAS O SUCO IMPORTA APENAS O SUCO IMPORTA
AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO
AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO
AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO
AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO AME O SUCO











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"Sinapses"
Micro-poema



domingo, 18 de julho de 2010

Vômito Cerebral

Eu caminho até o banco da praça. O examino bem. Após algum tempo, chego à conclusão de que o banco está ocupado.


ushfn


Tanto.

Foi um tantão assim, daqui, até aqui. -E como foi que ele se suicidou? - perguntei. -Foi assim. Então ela subiu no parapeito da janela gritando e se atirou. -Ah, entendi.


zxo


Agora é uma outra coisa:

VERDES VERDES VERDES talvez eu consiga transcrever mas será necessário o pagamento de mais uma taxa, 50% em cima do valor já pago pelo senhor, não, eu não posso fazer nada, isso são ordens, não, senhor, eu já disse, senhor, por favor, não levante a voz, eu, cara, deixa eu falar, isso, é assim mesmo, não, OLHA, não encosta em mim ouviu? NÃO ENCOSTA EM MIM, eu vou QUEBRAR A TUA CARA


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agora é a mesma coisa de antes:

dfjgnjdfhgifduhn iashdihasd hasuidh hvb hu p saí de casa e caminhei caminhei caminhei pelo meio da rua pela calçada caminhei com as minhas patas e com as têmporas, elas estão queimando nesse instante, tacaram gasolina em mim e acenderam com um isqueiro, foi aquele menininho, aquele filhodamãe de seis meses de idade, fica fumando por aí, humilhando os outros assim, mas espera só, ele vai ver, vou comer a mãe dele, vou meter naquela vaca puta piranha chuparola


;


É isso, mesmo, o que foi? É. Eu gosto de ficar deitado no meu jardim, tentando comer pequenos bichinhos. Abro minha boca e fico parado. Estático. Então um bichinho desavisado vai lentamente caminhando para a morte. Quando ele se encontra dentro de minha boca dou um grito ensurdecedor e o esmago com meus dentes. NHAC NHAC, MORRE.


^~


Abre a boca e engole. Não, não quero. ABRE. Já disse, não quero. Não vou falar de novo, abre! Não. Não quero, eu... !!!!!!d!!!!!!!!!!!!!!!h!!!!!!!!!!k!!!!!!!


,


olha esse vídeo, é um vídeo de você e da sua mãe, é um vídeo de você mas que não foi feito com você, esse na tela é você mas não é você de verdade, nem é efeito especial, é realmente você, só que feito de alguma outra maneira, não me pergunte como.............................................................



@


-Observem a minha genitália - disse o homem calmamente abaixando a calça. As pessoas começaram a aplaudir de pé e gritaram emocionadas, era um lindo caralho. O homem ficou balançando de um lado pro outro, fazendo pirocoptero, dentre outras façanhas. O público foi ao delírio; as lágrimas escorriam e as pessoas aplaudiam de pé com grande devoção. O homem começou a brincar com as bolas, ficou jogando elas de um lado pro outro, batendo uma contra a outra; o telão mostrava tudo em detalhes já que as pessoas mais afastadas não conseguiam ver nada, o estádio era muito grande.


%


Nesse ponto tem tudo que existe: .
Agora, nesse outro tem apenas o que cabe num só ponto: .

Quer dizer, as coisas são relativas. Ok, você vai dizer que isso não faz sentido, mas eu tô pouco me fodendo. Vai tomar no cu!



*&*


Seco como uma lambida, eu já estou aqui todo para você, defenestrado e particionado, único momento de assombro que passarei, já não estou aqui, estou em outro lugar, mas isso já passou também e já estou aqui de volta novamente, caso contrário não estaria me vendo, imbecil, isso foi há mais de vinte anos.


'


Ai, mãe, olha, mãe, o verme tá saindo de dentro do meu machucado podre. E tá dando um tchauzinho.


''


-Eu adoro/odeio você. Você é tão legal/chata/bonita/feia/bizarra/comum/nojenta/limpinha/fedorenta/cheirosa/inteligente/burra.
-Igualmente!


'''


Essa aqui é a cabeça do meu filho: @
Ela tem esse formato estranho mesmo, ele é deformado.
ele é deform


{}


pai, oi filho, me disseram na escola que eu fui trazido pela cegonha é verdade?, não filho, ah sim foi quando você pôs a sua sementinha na mamãe que eu nasci?, também não filho, então como foi?, foi por geração espontânea eu e sua mãe juntamos um monte de carne podre e você veio dali, AAAAAAAHHHHHHHHHH


[]


A voz chamuscada de relances escondidos se esmilinguiu em formas de prédios invertidos. Prédios negativos, onde se mora fora deles e debaixo da terra. Com sabor de travas. Cada toque é uma estocada de luzes, luzes nos seus ouvidos, luzes nos seus ouvidos, tem algo de errado acontecendo aqui, luzes que estão caminhando de forma trôpega com a cor dos pensamentos que foram descartados. Do outro lado, tem algo acontecendo de errado aqui, oi?, você quer dizer "cartas" e não "laranjas", todo dia é a mesma coisa, como você aguenta? Vai lá e compra o jornal da semana retrasada, to precisando de uma escova de dentes nova. Ás vezes ela vem aqui e tenta me seduzir com essas máquinas. ESSAS MÁQUINAS. Mas não; eu não me deixo levar. Pego aquilo e taco no chão - destruo. Nunca mais volte aqui!!! Você não manda em mim, mas isso seria bom, não interessa, nunca mais bote o pé nesta casa, mas a casa também é minha, sua é o caralho, e lhe empurro para fora de casa. Prédios invertidos. Se ela saiu, agora deve estar no lado de dentro, ou não? Ou seria, "ou sim"? Me tranco no banheiro. Há vinte anos atrás saí de casa. Não me lembro mais o motivo. Acho que não fui no supermercado essa semana. Minha escova está ficando verde e apodrecida, que nem minhas pernas. Essa escova com sabor de travas. Me lembra da voz, da voz chamuscada de relances invertidos. E tortos, deformados e espremidos. Lembro de ter pisado na cabeça dela. Daquele grito, golpe na minha cabeça e o escuro. Nunca mais faça isso novamente, ouviu? você não pode me controlar, cala a boca se não vai passar o resto dos seus dias aqui dentro sendo enrabado, foi aí que me lembrei daquele dia que fui brincar no parquinho, e o menino me bateu e nunca consegui revidar, se você gosta de ser enrabado continua fazendo isso.


_-_-_


Ele caminhou até o banco da praça onde me sentava. Examinou bem. Após algum tempo, chegou à conclusão de que o banco estava ocupado.


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TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARNE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CARN
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CAR
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE CA
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE C
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR DE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR D
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDOR
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOEDO
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOED
TIRA A MINHA CABEÇA DO MOE
TIRA A MINHA CABEÇA DO MO
TIRA A MINHA CABEÇA DO M
TIRA A MINHA CABEÇA DO
TIRA A MINHA CABEÇA D
TIRA A MINHA CABEÇA
TIRA A MINHA CABEÇ
TIRA A MINHA CABE
TIRA A MINHA CAB
TIRA A MINHA CA
TIRA A MINHA C
TIRA A MINHA
TIRA A MINH
TIRA A MIN
TIRA A MI
TIRA A M
TIRA A
TIRA
TIR
TI
T
I
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domingo, 11 de julho de 2010

Entre(vista)

Depois da minha coletânea de posts do twitter resolvi fazer uma de respostas minhas no Formspring, criando assim uma espécie de entrevista-virtual-fictícia. São perguntas feitas por Taiyo, Flavia, Thais, Marcella, Ferdi, Pearl, Los Bife e anônimos. Sirvam-se.


*


Taiyo: David Lynch. O que significa pra você?

Significa a verdade do mundo escondida dentro do grotesco escroto e bizarro eu vejo a minha vida e a verdade dos mundos que não se pode dizer nem pensar falar comer pensar gozar lamber amar foder


Pearl: Com o que você sonha?

Sonho com o fim do mundo, naves alienígenas, amores impossíveis, minhocas tranparentes que mordem meus pés, sexo rápido e fácil, professoras de piano assassinas, barbies que atendem a porta, crianças que morrem congeladas, shows de rock na portaria do meu prédio, que posso voar quando respiro forte, com músicas que nunca poderei escrever, a Musa da Beleza Interior, exércitos que cantam belas canções para causar destruição, partituras impossíveis de ler, e pessoas que jogam futebol dentro de lojas de CD's. Que eu me lembre agora.


Los Bife: Chão ou teto?

Voando, no meio, entre os dois.


Los Bife: Plural ou singular?

Pluringular.


Pearl: Qual seria o nome da sua religião?

Pacatrigajosiflatrubumcaxoformiga.


Taiyo: Existe alguma maneira de escrever poesia com gozo e areia?

Você deve introduzir 100 gramas de areia dentro de seu pênis e ejacular; a mistura cria algo que lembra as nossas experiências do jardim de infância, quando fazíamos desenhos com cola e areia.


Marcella Leal: Se você fosse um Super Herói, que profissão escolheria para esconder a sua identidade secreta?

Ator pornô de filmes com animais.


Anônimo: Melhor local pra transar?

Um lugar onde você não seja espancado. E tenha cores agradáveis.


Ferdi: E se eu atirar balas de goma na velocidade da luz em direção àquelas árvores mutantes que você conversava ontem, hein? Que você fará, cumpadi?

Vou abrir minha cloaca e emitir o som da realidade instável dos mundos paralelos; assim o abacateiro atômico vai parir minha mãe e vou poder nascer.


Taiyo: Vagina. É uma palavra bonita?

Prefiro "porta-porra".


Taiyo: Mulher. Pra que serve uma mulher?

A mulher faz comida e sexo. Ela também pode contar histórias e conversar com você, para te divertir. Fora isso ela fica rodando por aí, sem entender sua própria existência.


Taiyo: Como seria um filme maneiro?

Um filme que começa com um close na cara de uma criança gritando, loucamente, aí o close vai pra o fio de baba que está escorrendo. Depois entra uma cena numa farmácia. O farmacêutico fala algo sobre o lanche que ele fez pra vó dele. Depois corta pra uma cena muito curta de menos de um segundo, na qual um cu é golpeado com um bastão, logo depois um homem fala algo sobre o lóbulo da orelha de uma moça que ele viu rapidamente vinte anos antes, mas ele não se lembra bem pra falar a verdade. Enquanto ele fala sobre isso ele tropeça e cai num poço. Enquanto isso, ao lado do poço uma menina brinca de arrancar as patas de uma formiga. Com os dentes. Depois ela caminha até sua irmã e cospe as patas dentro do olho dela, mas como ela está gripada vem com muito catarro amarelado; os olhos da irmã ficam totalmente cobertos pelo muco. Por não conseguir ver nada, a pequena irmã caminha correndo o mais rápido que consegue, em qualquer direção, se chocando com os obstáculos do caminho, até que ela bate a cabeça numa ponta de faca e morre.


Taiyo: O que é um bom filme pornô? qual a trama do filme? que tipos de relações devem ser mostradas?

Um fime pornô de qualidade deve apresentar as seguintes características: a música deve ser congruente com as cenas. Nas cenas de amor, a música deve ser romântica, e nas cenas de meteção deve ser um metal pesado. A trama deve ser leve e superficial - deve-se poder resumir a trama em, no máximo, 20 palavras. A história deve ser forçada, chegando quase a ser irreal. Afinal, ninguém começa a ver um filme pornô achando que é algo tipo Spielberg. As mulheres devem fingir que são puras, até o último minuto, e os homens devem se comportar como uns macacos loucos que estão no cio. O inicio da transa é um momento delicado da "história". Pois é onde acontece a mágica; é onde o filme meio que muda de gênero. Deve ser bem pouco sutil e ao mesmo tempo deve fazer a pessoa vibrar de "emotesão". Depois disso vem a parte mais longa da saga. Haverá a transa, que será extremamente longa e barulhenta. A camera deverá dar close nas seguintes parte: na cara do mulher, na cara do homem (depende do gênero pornô, alguns não devem mostrar a cara do homem pra que você ache que o pau dele é seu. Pois é.), pau, cu da mulher, cu do homem (apenas se for um filme gay), bunda da mulher, peito da mulher, boca da mulher, vagina da mulher. No final, obviamente, o homem deve ejacular na cara da companheira, de preferência da forma mais nojenta o possível. No final o homem fica arfando de satisfação feito um boi e a mulher com uma cara besta dizendo como gostou de ser comida. Superficialmente, é assim que um bom filme de foda funciona.


Anônimo: Uma cena?

Dois homens; um está com o corpo em chamas, o outro come açaí enquanto o esfrega pelo corpo; o primeiro diz "Sabe, sempre quis ser jogador de peteca"; o segundo diz "Olha, no dia que conseguir esticar meus dedos todos, irei até a esquina da minha rua".


Taiyo: Onde eu encontro poesia no cotidiano?

A poesia do cotidiano não existe, é uma maluquice da cabeça dos poetas loucos, a poesia é tudo o que não existe.


Anônimo: A vida em uma palavra pra você?

Gosminha.


Anônimo: Já perdeu o sono pensando em alguém ? Quem?

Gengis Khan.


Thaís: Sua atitude mais romântica foi?

Voadora nos seios.


Anônimo: Você se considerado um cara gozado ou gozador?

Um gozador. Eu gozo, bem na cara das pessoas. Metaforicamente falando de uma forma literalmente simbólica.


Anônimo: Uma simples atitude?

Enfiar a cabeça na privada.


Anônimo: Qual é a sua relação com o açaí? É algo mais sério ou apenas sexo casual?

É um caso sério de sexo casual.


Anônimo: Por que a morte é sempre tão recorrente nos teus textos?

Boa pergunta. Não sei bem o por quê; talvez seja porque nós morremos; ou por que é algo muito representativo/simbólico.É também uma maneira de terminar as coisas - morre, acabou. Geralmente, quando a utilizo, a morte possui um tom irônico/cômico, nunca é algo fatalista, triste ou negativo. É bom ressaltar que...

(nesse momento uma bomba explode e mata o Rafael, impedindo que ele termine de responder)







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domingo, 4 de julho de 2010

Túneis

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Dagda gostava de ler revistas. Ela não sabia ler direito, mas gostava de olhar as imagens. Ela havia frequentado escolas caríssimas, assistido às aulas, mas não conseguira aprender a ler direito. Então ela olhava as fotos das revistas. Vias aquelas pessoas sorrindo e fazendo coisas, embora não entendesse o que estava acontecendo. Ela se esforçava muito para ler. Passava horas tentando decifrar o que estava escrito - tentava relacionar as imagens com os textos. Isso ocupava praticamente todo o tempo de Dagda.

Enquanto isso, Plonho ficava no berço, abandonado. Sua mãe quase nunca ia ver se estava precisando de alguma coisa, de um banho ou de comida. E quando vinha, era sempre com uma revista na mão; ela mal tirava os olhos da revista, e quando tirava era só por distração mesmo. Como era um bebê, Plonho não sabia fazer nada. Então, ele ficava ouvindo os sons da rua. As pessoas falando, os carros, as obras, os cachorros latindo. Ele gostava especialmente do barulho dos carros. Ele queria muito poder ver os carros de perto.

Um belo dia, enquanto sua mãe tentava decifrar uma matéria sobre cirurgias plásticas em mamilos, Plonho escalou e saltou de seu berço. Ele caiu de cabeça no chão e chorou, mas sua mãe não fez nada além de emitir um gemido, dando a entender que havia escutado o impacto. Plonho não havia se machucado muito e logo se pôs a engatinhar. Foi até a porta da rua e se levantou do chão, na tentativa de abrir a porta. Começou a bater na porta e a gritar loucamente. Sua mãe, sem tirar os olhos de uma matéria sobre musculação para cachorros, caminhou até a porta e a abriu, falando algo como "se cuida", para Plonho. Plonho engatinhou para fora de casa.

Plonho e Dagda moravam de frente para uma rua muito movimentada. Milhares de carros passando sem parar. Num momento de calmaria, Plonho engatinhou até o meio da avenida e parou. Se livrou de suas fraldas. E, após encostar sua cabeça contra o asfalto, utilizando as duas mãos, abriu seu cu. Um primeiro carro adentrou a avenida em alta velocidade; o motorista ainda tentou buzinar ao ver a bunda de Plonho logo a frente de seu veículo, mas era tarde demais. O veículo adentrou o cu de Plonho. Plonho sorriu e achou muito engraçado. Como Plonho era muito pequeno, os motoristas não o enxergavam até pouco antes de estarem adentrando seu orifício anal. Seguiram-se muitas horas - milhares e milhares de veículos caíram nessa armadilha inocente. Os veículos iam entrando em seu cu, e desapareciam.

Num certo momento Plonho começou a se sentir mal, a quantidade de veículos dentro de seu reto e intestino grosso estava começando a ficar demasiadamente grande; os novos veículos acabavam empurrando os que primeiro haviam chegado ali. Já havia, agora, veículos no estômago. E assim, os veículos começaram a ser empurrados e empurrados até alcançarem a boca de Plonho - então, aquele primeiro veículo que adentrou o cu de Plonho pode prosseguir viagem. E assim, com o passar do tempo, o fluxo de carros se normalizou, de forma que a quantidade de carros que entrava era igual a que saia.

Até que um dia Plonho enjoou daquilo, resolveu que iria voltar para casa. Fechou seu cu - o que causou grande indignação dos motoristas, pois era hora do rush - e esperou que os carros que transitavam dentro de seu corpo terminassem de sair. Depois disso, engatinhou para a calçada e até a porta de sua casa. Esmurrou a porta até sua mãe a abrir.

Sem tirar os olhos de uma revista pornográfica especializada em sexo anal, ela disse "oi, filho". Plonho engatinhou até seu berço e dormiu. Sonhou com túneis e estações de metrô.