-Pra mim você é o oceano, te amo, minha deusa. Oh, minha guerreira da libido, minha vida! Meu amor!
Então exibi meu falo duro e lubrificado. Enfiei-o até sua garganta, largando minha porra onírica e caleidoscópica, construindo imagens de esperma no céu da cidade.
-Vamos, vamos todos fazer a Revolução Russa; nós, os soviéticos, vamos emparedar os inimigos, comê-los.
Começamos comendo seus cus, e depois suas bocetas aladas ornadas de diamantes negros que fariam sua tia velha ejacular. Mas por mais esdrúxulo que isso pareça, a ejaculação feminina é um fenômeno real.
-É, e é por isso que na minha lira de ódios fúteis muitas vezes não falo! Não. No hablo español. Hablo "piroquês".
E o falo grande e rijo entoou um poema sobre gozo e morte. E por fim, transaram até morrer.
***
Este texto foi criado em parceria com Flavia Doria e Álvaro Antunes, utilizando a tecnica surrealista conhecida como "exquisite corpse", na qual cada um dos participantes escreve por turno em uma folha de papel, a dobra para cobrir parte da escritura, e depois a passa ao seguinte participante para outra colaboração.
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http://descemaisum.blogspot.com/2010/08/amor-profundo.html
Amor Profundo
Por que os amores são assuntos públicos
domingo, 29 de agosto de 2010
domingo, 22 de agosto de 2010
domingo, 15 de agosto de 2010
Maria Cachalote
Maria Cachalote é atriz, modelo, cantora, apresentadora de tv
e é feia pra caralho.
É feia que dói.
É derformada; de tão disforme, é difícil dizer que Maria Cachalote seja uma pessoa, e não um bolo de carne que respira.
Mas tudo bem, seus fãs não se importam, nem a mídia, nem os fotógrafos.
Por que é assim mesmo.
É assim que as coisas são.
Não importa que ela seja feia e deformada, o que importa é o seu talento.
As pessoas não se importam com a beleza física de um artista - nem com seu cheiro; Maria Cachalote fede bastante, feito um cadáver apodrecido, só que ninguém nota pelas fotos e vídeos.
Mas mesmo que pudessem sentir esse cheiro, seus fãs iriam continuar gostando dela, pois só seu talento importa.
Seus fãs também não se importam que Maria dê vexames, defeque e vomite em público, distribua crack para crianças nas ruas, e faça apologia à bomba atômica brasileira.
Eles só querem saber de seu incrível talento.
Maria Cachalote é uma artista modelo.
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Amor Profundo
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e é feia pra caralho.
É feia que dói.
É derformada; de tão disforme, é difícil dizer que Maria Cachalote seja uma pessoa, e não um bolo de carne que respira.
Mas tudo bem, seus fãs não se importam, nem a mídia, nem os fotógrafos.
Por que é assim mesmo.
É assim que as coisas são.
Não importa que ela seja feia e deformada, o que importa é o seu talento.
As pessoas não se importam com a beleza física de um artista - nem com seu cheiro; Maria Cachalote fede bastante, feito um cadáver apodrecido, só que ninguém nota pelas fotos e vídeos.
Mas mesmo que pudessem sentir esse cheiro, seus fãs iriam continuar gostando dela, pois só seu talento importa.
Seus fãs também não se importam que Maria dê vexames, defeque e vomite em público, distribua crack para crianças nas ruas, e faça apologia à bomba atômica brasileira.
Eles só querem saber de seu incrível talento.
Maria Cachalote é uma artista modelo.
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Amor Profundo
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domingo, 8 de agosto de 2010
Observador
-Desci, passei pela portaria e já na rua caminhei pela Honório de Barros. Estava muito tarde, e frio também. Da esquina pude ver que a janela do quarto estava acesa. Fiquei a observar, imaginando o que ele estaria fazendo.
-Abri o arquivo do relatório, que deveria ser entregue na manhã seguinte. Precisava terminar ou teria grandes problemas com minha equipe. Voltei a escrever; após alguns instantes resolvi parar um pouco. Fui até a janela olhar a rua, distrair a cabeça. Achei curioso que havia um homem na esquina da rua, olhando para mim. Curioso não; estranho.
-Enquanto observava a luz de seu apartamento, ele me avistou; tentei disfarçar na hora, mas creio que não tenha adiantado muito. Notei que ele ficou olhando diretamente pra mim por alguns instantes. Virei-me para o outro lado da rua e fiquei fumando, como se estivesse esperando alguma coisa. Quem sabe eu estivesse.
-Por que será que às 4:30 da manhã havia um homem olhando para cá? Bom, imagino que minha janela talvez fosse única iluminada àquela hora, mas, mesmo assim, ele olhou com certo interesse e expectativa, creio eu. Resolvi apagar a luz do quarto e observá-lo do escuro.
-Após alguns instantes fumando, tornei a olhar para a direção de sua janela. Para a minha surpresa a luz havia se apagado. Imaginei que talvez o tivesse incomodado. Ou quem sabe tivesse ido dormir mesmo. Apaguei o cigarro e caminhei em direção ao prédio.
-Notei que ele voltou a me observar, e que dando pela minha ausência e a da luz do quarto, caminhou em minha direção. Fiquei um pouco com medo, embora não aparentasse ser alguém com más intenções. E alguém aparenta isso?
-Chegando na portaria abri o portão. Com cuidado, para não fazer muito barulho. Caminhei até o elevador e entrei.
-Me escondi num lugar difícil de achar, perto da porta da rua. Surpreender o observador. Ou apenas deixar a passagem livre para ele?
-Cheguei no apartamento e abri a porta. Estava escuro, nenhum som. Caminhei até o quarto mas não o encontrei. Havia um vento gelado.
-Notei que ele havia passado. Rapidamente, saí de meu esconderijo e me dirigi para fora do apartamento, fechando cuidadosamente a porta. Preferi pegar as escadas, pois o elevador faria barulho suficiente para que me notasse.
-Será que havia me notado? Parecia não haver ninguém no apartamento; onde teria se metido? Escondido talvez? Não, fui cauteloso demais. Ele não pode ter saído daqui. Acendi a luz do quarto antes de me sentar no computador.
-Desci, passei pela portaria e já na rua caminhei pela Honório de Barros. Estava muito tarde, e frio também. Da esquina pude ver que a janela do quarto estava acesa. Fiquei a observar, imaginando o que ele estaria fazendo.
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Amor Profundo
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-Abri o arquivo do relatório, que deveria ser entregue na manhã seguinte. Precisava terminar ou teria grandes problemas com minha equipe. Voltei a escrever; após alguns instantes resolvi parar um pouco. Fui até a janela olhar a rua, distrair a cabeça. Achei curioso que havia um homem na esquina da rua, olhando para mim. Curioso não; estranho.
-Enquanto observava a luz de seu apartamento, ele me avistou; tentei disfarçar na hora, mas creio que não tenha adiantado muito. Notei que ele ficou olhando diretamente pra mim por alguns instantes. Virei-me para o outro lado da rua e fiquei fumando, como se estivesse esperando alguma coisa. Quem sabe eu estivesse.
-Por que será que às 4:30 da manhã havia um homem olhando para cá? Bom, imagino que minha janela talvez fosse única iluminada àquela hora, mas, mesmo assim, ele olhou com certo interesse e expectativa, creio eu. Resolvi apagar a luz do quarto e observá-lo do escuro.
-Após alguns instantes fumando, tornei a olhar para a direção de sua janela. Para a minha surpresa a luz havia se apagado. Imaginei que talvez o tivesse incomodado. Ou quem sabe tivesse ido dormir mesmo. Apaguei o cigarro e caminhei em direção ao prédio.
-Notei que ele voltou a me observar, e que dando pela minha ausência e a da luz do quarto, caminhou em minha direção. Fiquei um pouco com medo, embora não aparentasse ser alguém com más intenções. E alguém aparenta isso?
-Chegando na portaria abri o portão. Com cuidado, para não fazer muito barulho. Caminhei até o elevador e entrei.
-Me escondi num lugar difícil de achar, perto da porta da rua. Surpreender o observador. Ou apenas deixar a passagem livre para ele?
-Cheguei no apartamento e abri a porta. Estava escuro, nenhum som. Caminhei até o quarto mas não o encontrei. Havia um vento gelado.
-Notei que ele havia passado. Rapidamente, saí de meu esconderijo e me dirigi para fora do apartamento, fechando cuidadosamente a porta. Preferi pegar as escadas, pois o elevador faria barulho suficiente para que me notasse.
-Será que havia me notado? Parecia não haver ninguém no apartamento; onde teria se metido? Escondido talvez? Não, fui cauteloso demais. Ele não pode ter saído daqui. Acendi a luz do quarto antes de me sentar no computador.
-Desci, passei pela portaria e já na rua caminhei pela Honório de Barros. Estava muito tarde, e frio também. Da esquina pude ver que a janela do quarto estava acesa. Fiquei a observar, imaginando o que ele estaria fazendo.
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domingo, 1 de agosto de 2010
Diálogo Sem Dimensão e Representação
***
Num quarto vazio.
-Estou sentindo você.
-Sim, também estou sentido.
-Estou sentindo você bem perto.
-E eu estou sentindo você longe.
-Pertolonge.
-Longeperto.
-Nem tão perto de ser longe.
-Nem tão longe de ser perto.
-Estou em cima de você.
-Eu também estou em cima de você.
-E eu estou em todos os lados.
-E também no lado de dentro.
-E eu não estou aqui.
-Nem eu.
-Estou em qualquer lugar, menos aqui.
-Estou em todos os lugares, menos aqui.
-Nós estamos sempre juntos.
-E estamos sempre separados.
-Eu sou você.
-Sou qualquer um que não seja você.
-Eu não me sou, te sou.
-Sou tudo o que você não é.
-Penso que somos.
-Penso que não somos.
-Eu e você.
-Quem?
*
Em algum momento, antes ou depois do diálogo anterior (posterior?):
-Você já parou pra reparar que...
-Não, nunca reparei.
-É, nem eu.
-Acho que reparar não seria bem a palavra.
-É, a palavra seria...
-Acho que não existe uma palavra pra isso.
-Não?
-Não.
-E como poderemos falar sobre isso então?
-Não poderemos.
-Mas...
-Não se pode fazer nada em relação a isso.
-Nem...
-Não, nem isso.
-Você pode parar de me interromper?
-Por que?
-Você não me deixa completar as ideias.
-E você iria realmente falar alguma coisa?
-Não.
No lado de fora do quarto nada acontece.
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Num quarto vazio.
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-Estou sentindo você bem perto.
-E eu estou sentindo você longe.
-Pertolonge.
-Longeperto.
-Nem tão perto de ser longe.
-Nem tão longe de ser perto.
-Estou em cima de você.
-Eu também estou em cima de você.
-E eu estou em todos os lados.
-E também no lado de dentro.
-E eu não estou aqui.
-Nem eu.
-Estou em qualquer lugar, menos aqui.
-Estou em todos os lugares, menos aqui.
-Nós estamos sempre juntos.
-E estamos sempre separados.
-Eu sou você.
-Sou qualquer um que não seja você.
-Eu não me sou, te sou.
-Sou tudo o que você não é.
-Penso que somos.
-Penso que não somos.
-Eu e você.
-Quem?
*
Em algum momento, antes ou depois do diálogo anterior (posterior?):
-Você já parou pra reparar que...
-Não, nunca reparei.
-É, nem eu.
-Acho que reparar não seria bem a palavra.
-É, a palavra seria...
-Acho que não existe uma palavra pra isso.
-Não?
-Não.
-E como poderemos falar sobre isso então?
-Não poderemos.
-Mas...
-Não se pode fazer nada em relação a isso.
-Nem...
-Não, nem isso.
-Você pode parar de me interromper?
-Por que?
-Você não me deixa completar as ideias.
-E você iria realmente falar alguma coisa?
-Não.
No lado de fora do quarto nada acontece.
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