O homem acordou muito tarde e se levantou. Arrancou suas roupas com as unhas e os dentes, feito um animal selvagem. Depois começou a olhar para a luz, no teto. A luz feria a sua vista, mas ele continuou olhando. As lágrimas logo começaram a correr por sua face. Ele inclinava a cabeça de forma que as gotas de choro caíssem dentro de sua boca. Ele abria muito a boca e ficou muitas horas olhando para a luz, pelado, chorando, de boca aberta, cercado pelos pedaços de seu pijama rasgado. A saliva se acumulava e o homem babava muito, de forma ridícula. Escorria pelo seu peito e pela sua barriga, até chegar ao seu pau. Ele babou, babou e babou, com a boca completamente aberta, pelado, olhando para a luz, chorando, as lágrimas caindo em sua boca, cercado pelos pedaços de seu pijama rasgado.
Após algumas horas, a mulher do homem apareceu. Ela ficou olhando praquele homem ridículo, naquela situação ridícula. Então ela resolveu se ajoelhar e encostar a cara na barriga dele, de forma que a baba escorresse toda para dentro de sua boca. Ela sentia tesão pela baba do marido. Ficou lá muitas horas recebendo a baba do marido diretamente em sua boca. A baba saía da boca de seu marido, escorria pelo peito, barriga, e entrava na boca da esposa, que logo começou a babar o excesso de baba do marido, que era muito abundante. A baba que escorria da boca da esposa caía nos pedaços de pijama rasgado em que a mulher se ajoelhava.
Algumas horas depois apareceu o filho. O filho viu o pai pelado, chorando, olhando pra luz, as lágrimas caindo em sua boca, a boca aberta, babando, a baba escorrendo pelo peito, pela barriga, caindo dentro da boca da mãe, a baba da boca da mãe escorrendo e caindo no chão, nos pedaços de pijama rasgado do pai. Ele resolveu deitar no chão, num pedaço de pijama rasgado e babado, olhando pra luz, com a boca aberta, posicionado de forma que a baba que caía da boca da mãe caísse dentro da sua. Ele começou a chorar por causa da luz que feria seus olhos e as lágrimas caíam no pedaço de pijama rasgado no qual deitava sua cabeça. Com o passar das horas, a baba, que caía da boca da mãe, que originalmente tinha saído da boca do pai, misturada às lágrimas, começou a se acumular na boca do filho e escorrer para todos os lados, babando suas bochechas, narinas, queixo, olhos, e o pedaço de pijama rasgado no qual deitava sua cabeça. Com a boca lotada de saliva e lágrimas do pai, que haviam passado pela boca da mãe, e as narinas obstruídas por essa mesma composição, o menino acabou morrendo sufocado.
Quando a noite caiu, o pai resolveu parar de babar e de olhar pra luz. Ele fechou a boca e os olhos. Assim, a baba e as lágrimas pararam de escorrer pelo seu corpo e de cair dentro da boca da mãe. Então a baba lacrimejada parou de cair da boca da mãe e de afogar o filho morto. De qualquer forma, ainda havia bastante substância dentro da boca do filho, que morreu de boca bem aberta. Os pais olharam para baixo e viram o filho. Eles não haviam notado que o filho estava ali até agora. Estavam muito concentrados, e o filho não havia feito qualquer barulho que denunciasse sua presença, nem na hora da morte.
O pais pegaram, cada um, um canudinho e beberam toda a saliva com lágrimas que estava na boca do filho. Isso lhes dava tesão. Depois de beberem tudo, transaram em cima do corpo do filho morto e se deitaram para dormir. Com a luz acesa.
domingo, 12 de setembro de 2010
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33 comentários:
fiquei com tesão.
e será q a transa foi boa? ao menos o filho era fofinho?
abraço grande.
Achei que ainda fosse chegar o porteiro...
Ainda bem que não durmo de luz acesa e nem babo.
Ou isto seria ruim?
Nossa, isso realmente foi nojento de ler dude KKKKKKKKKKKKKKK
Criatividade mil a sua, parabens :)
com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar ...
#tocaraul
bjux
;-)
Isso é o relato de uma experiência pessoal?
Rsrsrs
"Quando a noite caiu, o pai resolveu parar de babar e de olhar pra luz"
'RESOLVEU' Que boa resolução hain pai, já era hora mesmo né...
Muito louco! Gostei!
rsrs fuxicando por achei seu blog...
ri muito com a postagem mas triste com o filhinho rsrs fazer o q neh..
volto sempre e te espero no meu também.
bjs te mais ^^)
baba baby, baby baba.
acho esse texto bem cinematográfico, esse homem pelado babando e chorando em pé, olhando pra luz... eu gosto.
hun... babas, marido, esposa, filho...
é!
é que não tinha uma fila perto, senão todo mundo entraria nela tbm...
Cara com certeza boto link sim.
Se voce observar no meu blog tem uns textos alheios e TODOS estao linkados.
É uma forma de mostrar aos meus leitores textos que gostei, que parecem comigo embora não tenham sido produzidos por mim, e ainda divulgo outros blogs.
Seu texti já tá programado pra o dia 19... rsrsrs antes disso já tá lotado, dois por dia. rss
Abraço. Até mais.
Aff, nojento isso!! kkkk ri litros
Neste caso eu apagaria a luz depois de tudo.
Huhuahuhauhuahua.
Beijo, babão.
putz.
Que asco na minha traquéia!
Que cena grotesca! rsrs
Rafael valeu pelo coment, a música estava trocada mesmo, ngm percebeu :S kkk
abraços!
Primeiro post seu que não consegui ler até o fim -eca :P
Você recebeu um selo "Prêmio dardos", passe lá no blog pra buscá-lo:
http://mente-hiperativa.blogspot.com/2010/09/premio-dardos.html
Genial. Já votei e olha que na política voto nulo.
Olá Rafael, cara q louca esta crônica, imaginei a Cena num quadrinho, ficaria bem!
abrigado pela visita em meu blog.
abraços
ns
veja o final de TEOREMA do Pasolini
Eu pretendia matar a minha fome daqui alguns instantes, mas depois que li ela se foi, como o filho.
Beeem nojento ;)
rsrs'
;*
Nossa senhora..
ler oque voce escrever é sempre surpreendente de alguma forma, mas isso aí foi demais pra mim kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
que nojentos!
:(
beijo
Eu fiquei meio tonta com esse texto. Todos os teus textos causam-me sensações.
Caríssimo Rafael,
após seguir todo o procedimento
de votar no teu blog (que o fiz satisfeito) digo, então, sobre tua escrita: cáustica, inusitada.
Um berrante de madrugada
em alto mar.
Meu camarada,
forte abraço.
Eu SEMPRE me apaixono por teus textos.
Beijos
Há quem goste. O mundo está repleto.
Um beijo, menino!
Quando digo, "(...)cáustica, inusitada. Um berrante de madrugada
em alto mar"
É o mais puro elogio.
Como se disse que a pintura
de Salvador Dali é "uma mordedura nas gengivas" Sei que você, Rafael, entendeu.
Mas para que fique bem claro
aos lentos de espirituosidade:
Teus textos são geniais!
Forte abraço,
do poeta
que admira
tua escrita.
Acho que eu por esses dias vou postar algo no blog e vou dedicar a vc... =]
Bem... Não terá saliva, mas vai ter sangue, que tal?
nossa, eu falei q vc escreve prosa maravilhosamente bem!!
mto bom mesmo o post!
Possível moral da estória (se é que isso é possível): se você tem a incrível e (in)feliz habilidade de passar despercebido, continue assim. Não abra a boca para tomar baba de ninguém. Poderá ser fatal.
Ótima viagem.
Abraço!
O importante é a luz acesa.
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