E tinham umas mulheres de biquine e uns caras de sunga na capa. Eles pareciam estar se divertindo na capa. Talvez fosse um filme sobre as férias daqueles caras de sunga e daquelas mulheres de biquine. Ele achou engraçado que todas as oito mulheres que apareciam na capa exibiam seus traseiros, projetando-os para frente, talvez elas quisessem fazer cocô. Os traseiros eram grandes. Não lembrava de ter visto nenhuma menininha da escola com uma bunda tão grande. A bunda da tia Glorinha era grande mas não se parecia muito com as bundas daquelas mulheres de biquine.
Ele foi até a sala e colocou o DVD no aparelho que toca DVDs. Ele tinha aprendido a mexer nesse aparelho recentemente. Apertou PLAY.
O filme começou. Parecia que suas expectativas estavam certas. Haviam vários caras de sunga e mulheres de bundas grandes com biquines. Eles se divertiam bastante. E ficavam nadando numa piscina enorme, fazia muito sol. Devia estar fazendo muito calor, pois os homens ficavam esfregando gelo nos corpos das suas amigas, para que elas não ficassem mais suadas, além de ficarem bebendo uns sucos de várias cores, alguns deles ficavam espumando. E eles também deviam estar com fome, só que só tinha creme de chantilly e mel. Aí, eles colocavam o mel e o chantilly, uns nos corpos dos outros, os homens de sunga nas mulheres de biquine, e aí eles ficavam lambendo, pois eles esqueceram de levar colheres para poder comer direito.
Então começaram a acontecer umas cosias estranhas. Bom, talvez fosse o calor. Todo mundo começou a tirar as sungas ou os biquines. As mulheres além de possuírem bundas enormes, tinham os peitos muito grandes. Deviam estar amamentando, só que deixaram os filhos em casa quando foram passar as férias com os caras de sunga. E os caras de sunga tinham uns pintinhos muito grandes. Tavam mais para "pintões". Nem ele, nem nenhum amiguinho seu tinha um pintinho tão grande como os daqueles caras, talvez fosse alguma espécie de deformação.
E essa deformação devia deixá-los com um sabor agradável, pois a mulheres ficavam chupando e lambendo, que nem um picolé. E elas ficavam olhando fixamente para os caras enquanto lambiam os pintões. Elas também ficavam mexendo pra cima e pra baixo nos pintos, bem rápido. Será que elas queriam beber o xixi deles? Vai ver que era isso. Aqueles sucos deviam ter acabado, e elas estavam tentando extrair o xixi dos caras que não estavam mais de sunga, para que todos pudessem bebê-lo. Depois de um certo tempo sacudindo e lambendo os pintos, saiu creme de leite. Ou então era o chantilly que eles haviam comido, só que meio digerido já, então ficava escorrendo pela cara das moças, que comeram tudinho, nem deixaram um pouco pros homens.
Aí o menino depois de ver esse trecho do filme acabou ficando com fome e foi para a cozinha beber um suco e comer frutas com creme de leite.
Quando ele voltou tinha começado uma parte nova do filme. O pinto de um dos caras tinha ficado enorme, ocupava quase a tela toda. Deve ser por que uma das mulheres sugou tão forte que ele esticou e aumentou. O pintão se aproximou de algo que parecia ser um fosso, uma cratera lunar, um buracão. E ele mergulhou lá dentro. E saiu. E mergulhou. E saiu. Muitas vezes. Aí, finalmente, apareceu a cara do dono do pintão. Ele estava feliz. Então a câmera mostrou que aquela cratera, na verdade, era a perereca da moça.
Ele ficava colocando e tirando muito rápido, e a moça fazia uma cara de que estava doendo, ficava gritando umas coisas. Parecia que ele torturava a moça. Então a câmera mostrou que os outros homens e mulheres também estavam fazendo a mesma atividade de mergulhar o pinto na perereca.
Foi aí que o cara resolveu mergulhar o pinto no bumbum da mulher. O que era estranho, pois geralmente, o que sai do bumbum é cocô. Talvez isso tivesse alguma relação com a capa do filme, que mostrava as moças exibindo suas bundonas. Vai ver que elas estavam querendo demonstrar interesse em os caras mergulharem os pintos dentro das suas bundas. Apesar disso parecer estranho.
E as moças começaram a gritar muito, elas sofriam de uma forma incrível, mas os homens não paravam, não paravam. Estavam todas as mulheres e todos os homens gritando muito, estavam todos sofrendo desesperadamente. Acho que o diretor estava querendo fazer uma metáfora do sofrimento da vida, do que é viver no planeta Terra, da nossa condição humana de existência. Era uma imagem um tanto perturbadora, muito bem bolada. Talvez o diretor fosse indicado ao Oscar.
Então a porta de casa se abriu e o pai do menino viu o menino vendo o filme do diretor que representava simbolicamente o sofrimento do mundo com pessoas na piscina de uma casa de praia bebendo sucos e comendo mel e chantilly e brincando de mergulhar os pintinhos que são pintões dentro das pererecas e dos cuzinhos que viraram cuzões das moças que ficaram sofrendo muito com isso, assim como as pessoas da humanidade sofrem e gritam de desespero, que nem as moças e...
-O que você está fazendo?
-Vendo esse filme que achei no seu quarto. Não entendi direito.
-Ehr...
-Por que eles ficam fazendo isso com as moças? - apontou para a tela que mostrava algo que lembrava uma cobra gigante entrando numa cratera de Júpiter.
-Isso se chama sexo, filho.
-Ah, é? E pra que serve o sexo? Pra que ficar botando o pinto no bumbum das moças?
-Olha, é um pouco complicado. Veja bem: eu fiz sexo com a sua mãe, aí você nasceu.
- ...Então eu saí pelo bumbum da mamãe? Você ficou torturando ela que nem esses homens, e aí eu apareci? É assim que termina o filme? Saem várias crianças pelas bundas das moças?
-Não, eu fiz sexo apenas pela vagina de sua mãe, que foi por onde você saiu.
-Ah, sim, pois aí dói menos nela, né?
-Não, não dói, filho. Na vagina não.
-Então por que eles estavam fazendo no bumbum das mulheres?
-Por que tem gente que gosta.
-Que tipo de gente que gosta?
-Gays, por exemplo.
-O que são gays?
-São meninos que transam com meninos.
-Hum, como eu sei se eu sou gay?
-Imagino que você não seja!
-Bom, mas eu nunca transei com meus amigos!
-Não faça isso, não vai ser bom.
-Ah, claro, vai sair um filho meu, né?
-Não, já te disse que filho sai pela vagina.
-Mas homens não tem vaginas, logo o filho sai pelo cu.
-Não, homens não podem ter filhos. É fisiologicamente impossível.
-Ah... claro - disse o menino fingindo que sabia o que "fisiologicamente" queria dizer.
No dia seguinte, na escola.
-Fizeram a atividade que pedi? Quem quer falar sobre o filme que viu ontem? - disse a professora.
-Eu quero. Ontem vi um filme muito bonito, que ensinava as pessoas a não fazerem sexo pelo cu, apenas pela vagina, por ser fisiologicamente melhor e por que pelo cu não sai criança, apenas cocô, e se você fizer sexo pelo cu, por ser fisiologicamente ruim, uma criança fisiologicamente ruim vai nascer, uma criança feita de cocô, e ninguém quer ter um filho feito de cocô, e sim de carne, por ser algo mais agradável, além de que as mulheres sofrem e gritam quando fazem o sexo fisiologicamente errado e os homens ficam gritando também e dando palmadas nas mulheres, todos juntos, todos os caras da casa de praia ficavam gritando e batendo nas bundas das mulheres e as mulheres lá, todas sofrendo, prestes a ter um filho de cocô, e os caras jogando chantilly nelas e lambendo e jogando mel e lambendo, e transando pelo cu e colocando chantilly e mel no cu e chupando o cu das mulheres e as mulheres chupando o pinto dos caras e os caras novamente fazendo o sexo pelo cu das mulheres que tiveram o cu chupado e os caras botando chantilly e mel e não chupando e fazendo sexo com chantilly e cocô e mel e o sofrimento das mulheres e o sofrimento da humanidade retratado nos rostos das mulheres e no sexo anal e a casa de praia simbolizando a humanidade e os homens sem sunga e as mulheres sem biquine simbolizando os seres humanos que sofrem e que fazem o sexo errado, por que ninguém ensinou pra eles que pelo cu é fisiologicamente errado.
-Sei.
Este texto foi inspirado em algumas obras de André Sant'anna, especialmente nos contos do livro "Sexo e Amizade", e na prosa poética de "Amor".
-Eu quero. Ontem vi um filme muito bonito, que ensinava as pessoas a não fazerem sexo pelo cu, apenas pela vagina, por ser fisiologicamente melhor e por que pelo cu não sai criança, apenas cocô, e se você fizer sexo pelo cu, por ser fisiologicamente ruim, uma criança fisiologicamente ruim vai nascer, uma criança feita de cocô, e ninguém quer ter um filho feito de cocô, e sim de carne, por ser algo mais agradável, além de que as mulheres sofrem e gritam quando fazem o sexo fisiologicamente errado e os homens ficam gritando também e dando palmadas nas mulheres, todos juntos, todos os caras da casa de praia ficavam gritando e batendo nas bundas das mulheres e as mulheres lá, todas sofrendo, prestes a ter um filho de cocô, e os caras jogando chantilly nelas e lambendo e jogando mel e lambendo, e transando pelo cu e colocando chantilly e mel no cu e chupando o cu das mulheres e as mulheres chupando o pinto dos caras e os caras novamente fazendo o sexo pelo cu das mulheres que tiveram o cu chupado e os caras botando chantilly e mel e não chupando e fazendo sexo com chantilly e cocô e mel e o sofrimento das mulheres e o sofrimento da humanidade retratado nos rostos das mulheres e no sexo anal e a casa de praia simbolizando a humanidade e os homens sem sunga e as mulheres sem biquine simbolizando os seres humanos que sofrem e que fazem o sexo errado, por que ninguém ensinou pra eles que pelo cu é fisiologicamente errado.
-Sei.
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Este texto foi inspirado em algumas obras de André Sant'anna, especialmente nos contos do livro "Sexo e Amizade", e na prosa poética de "Amor".