domingo, 26 de setembro de 2010

Amigo é pra essas coisas

Essa é uma esquete teatral que escrevi em Novembro do ano passado para o espetáculo Clube da Cena, mas que acabou não sendo utilizada (pra quem quiser ver, coloco aqui o link com o texto e o vídeo da outra esquete, "32 Anos de Balé", que foi apresentada em Novembro de 2009).




Personagens:

Leonarda (L) – Dona da casa

Danielo (D) – Filho de Leonarda

Silvano (S)– Amigo de Danielo




O ideal é que os atores vistam roupas bem infantis, para que fique bem ridículo. Diria que são crianças de 7 ou 8 anos. Deve haver alguns brinquedos espalhados pelo palco. Eles estão no quarto de Danielo.



Danielo e Silvano brincam.


D - (TÍMIDO) Silvano, eu gostaria de te dizer uma coisa.

S - Diga.

D - Eu te considero muito meu amigo, sabe?

S - (COM UM GRANDE SORRISO) Nossa, Danielo, fico muito feliz por ouvir isso de você. Sabe por que?

D - Por que?

S - (COM UM GRANDE SORRISO) Por que eu NÃO te considero meu amigo!


(Danielo fica desconcertado)


D - (GAGUEJANDO) Sério??? Mas, mas, mas, por que???

S - Ah, você até que se esforça, mas não é bom o suficiente.

D - Poxa, mas eu sempre te tratei tão bem, te convidei pra vir aqui em casa, emprestei meus brinquedos, te escolhia na hora de jogar queimado - apesar de você jogar incrivelmente mal -, te fiz uma homenagem na minha festa de aniversário cantando uma canção que escrevi especialmente pra você, deixei você segurar na mão da Glorinha, ontem no recreio, mesmo sabendo que ela gosta mais de mim do que de você, dei TODA a minha coleção de bonecos dos Cavaleiros do Zodíaco pra você, apesar dela ser uma das razões do meu viver, e, e...

S - (COM DESPREZO) Não, não... Mas tudo bem, eu posso continuar vindo aqui brincar com você.

D - Ah, é?? Mas por que você quer continuar vindo aqui, se eu não sou seu amigo?

S - (ARROGANTE) Porque eu tenho pena de você. Além disso, sua mãe iria ficar triste se eu parasse de vir aqui. Sua mãe é uma mulher muito legal, sabe? Não gostaria de magoá-la. E aqueles doces que ela faz são espetaculares, BEM melhores dos que a minha mãe faz. Seria muito estúpido de minha parte abrir mão desses prazeres culinários que ela me proporciona.

D - (UM POUCO CONFUSO) É, realmente, acho faz algum sentido o que você está dizendo...

S - (IRRITADO) Você ACHA que faz sentido?? Mas é CLARO que faz sentido. E você quer que eu pare de vir aqui e te abandone? Você não é meu amigo, mas EU sou o seu melhor amigo. Se eu parar de falar com você, você não tem nada. Ninguém na escola gosta de você. Olha só, olha pra esses brinquedos que você tem aqui. Só tem tem porcaria! POR-CA-RI-A. Quem quer ter um amigo que nem você? Você nem tem um Playstation 3 ou um Wii pra eu brincar! Realmente, eu deveira ser considerado um benfeitor por vir aqui e te proporcionar momentos de felicidade. Não sei se deveria continuar vindo aqui mesmo, você me dá nojo, e...

D - (DESESPERADO, SE AGARRANDO ÀS PERNAS DE S.) NÃO, NÃO! Por favor, não me abandone!!! Eu não quero ficar sozinho no mundo, sem amigos!!! Eu preciso de sua companhia! AAAAHHHHHHHH, não, não faça isso comigo, Silvano! Não me abandone nesse mundo, cheio de pessoas ruins...

Nesse momento, enquanto Danielo está se humilhando na frente de Silvano, a mãe de Danielo, Leonarda, entra no quarto. Danielo tenta se recompor, para que a mãe não perceba o que está acontecendo. Silvano fica sério.


S - Olá, dona Leonarda! Tudo bem com a senhora?

L- Tudo, meu querido! Estava trabalhando e ouvi uns gritos vindo daqui, só vim conferir se está tudo bem com vocês.

S - (SÉRIO) Sim, claro, estava apenas tendo uma conversa com o Danielo.


(Silvano olha para Danielo, e Danielo, com muito medo e tentando parecer natural, diz:)


D - Sim, sim, mãe, hahahaha, está tudo ótimo, apenas conversávamos amigavelmente.

S - (SORRINDO) Sim, dona Leonarda. Estava falando aqui com o Danielo que estou com um pouco de fome. Gostaria de comer algum daqueles seus docinhos que tanto aprecio.

L - Ah, sim, Silvano, mais tarde eu faço um doce pra vocês. Mas agora não posso, estou no meio de um trabalho, sabe...


(Enquanto ela fala, Silvano olha, "discretamente", enfurecido para Danielo com uma cara de "faça algo em relação a isso".)


D - (DESESPERADO, OFEGANTE, SE AGARRANDO AO VESTIDO DA MÃE) Mãe, mãe, eu, eu acho que você devia fazer os doces agora, AGORA entende, o Silvano está com muita fome, MUITA FOME!!

L - Meu filho, o que foi? Você está bem? Parece um pouco alterado...

D - (ALTERADO) Não, mãe, que isso, hahahaha, tô bem, to ótimo...

S - (COMECANDO A PEDER A PACIÊNCIA) Isso, dona Leonarda, acho que a senhora deveria fazer os docinhos agora mesmo.

L - (DE FORMA DOCE) Silvano, tenha paciência, como já havia dito, agora estou trabalhando, não posso interromper o que estou fazendo nesse instante, é muito importante esse relatório, é para amanhã cedo...


(Enquanto Leonarda fala, Danielo, já está em pânico, praticamente rezando)


S - (IRRITADO) Dona Leonarda!!! Acho que você não está entendendo a situação!! (CHUTA UM DOS BRINQUEDOS) Eu quero doce, e eu quero agora, PORRA.

L - (FALANDO ALTO) Ó, o que é isso, isso são modos??? Vou contar para sua mãe que você está se comportando muito mal aqui em casa!

D - (AGARRADO À MÃE) Não, mãe, não briga com ele não!!!

L - Como não? Viu só como ele falou comigo?

D - Ele só quer o doce!!!

S - Pensando melhor, eu não quero só o doce, não. Eu quero uma bitoca. Sabe, eu nunca beijei uma mulher, acho que já estou na idade de começar a aprender sobre os mistérios do sexo. E quem melhor do que VOCÊ para me ensinar isso, hein, dona Leonarda?

L - (IRRITADA, AOS BERROS) O QUEEE? Como se atreve, seu muleque? Olha como fala comigo, sou uma mulher de respeito!! Você não recebe educação em casa não? Você merecia levar uma surra de cinto, isso sim! Como pode, como??? Fala, Danielo, fala pra ele como isso que ele me disse é feio!!!


Danielo hesita por instante olhando para os dois. Ambos encaram Danielo. Silvano olha para Danielo com uma cara de "Cuidado com o que você vai falar". Até que Danielo diz:


D - (MUITO SÉRIO) Sabe, mãe, eu acho que você deveria dar uma bitoca no Silvano mesmo, sabe? Ele já está na idade de aprender sobre os mistérios do sexo. Aliás, acho que ele seria um ótimo parceiro sexual para você. Ele é MUITO legal, sabe? Uma pessoa ESPETACULAR. Muito melhor que qualquer um desses namorados que você traz aqui pra casa às vezes...


(Enquanto Danielo fala, ele vai empurrando Leonarda em direção a Silvano)


S - (COM OLHAR MALÉFICO) ISSO MESMO, vamos, vamos lá para o seu quarto.

L - Não, não que isso! Ó, como assim???

D - Sim, mãe, sim, é isso que você deve fazer!!!!!


(Silvano e Leonarda saem de cena.)

Danielo se senta no chão e brinca de carrinho, sorrindo, feliz.


D - Ah! Ainda bem que tenho um amigo como o Silvano para cuidar de mim!


(Podemos ouvir gritos e gemidos de Leonarda e de Silvano, vindos de fora da cena)



domingo, 19 de setembro de 2010

Guardado nas Gavetas

Acho que vou arrumar as gavetas. Legal. Gavetas são coisas boas. São... amigas. E cheias de sentimento. Eu guardo minhas fezes em uma gaveta desde os 6 anos de idade. Todo dia antes de dormir olho para as minhas fezes guardadas. E canto para elas. Canto canções de júbilo e de bravura. E também conto histórias sobre homens que deixaram suas casas em busca de um futuro melhor. Sobre como eles tiveram de abandonar suas gavetas cheias de fezes para desbravar o mundo. E sobre como eles voltaram vários anos depois, só para olhar mais uma vez cada uma das fezes, e abraçá-las, para logo depois caírem mortos, em frente às suas gavetas. Eles voltaram para casa muito cansados e velhos, só tiveram energia para estar com elas por um breve instante.

*

-Não esqueça de guardar seu cocô na gaveta certa, antes de dormir. E de cantar uma canção de bravura.
-Qual delas é a certa?
-A gaveta certa é a que só tem cocô. É importante não colocar, por exemplo, na gaveta de... meias.
-Ah, tá... você bem que podia cantar uma canção pra mim.
-Está bem. Cantarei uma canção chamada "O Júbilo do Grande Desbravador".
-Ok.
-Navegou pelos sete mares
Apenas em suas fezes pensou

E delas nunca mais se desligou
Oh, mãe natureza

Dai-me aquilo que necessito!

Para desbravar novas terras
Defecar é preciso

-Nossa, que canção bonita! Vou até dormir mais feliz depois disso, estou emocionado.
-É, eu também; vou até abrir minha gaveta de fezes, e chorar um pouco em cima delas.
-Boa noite!
-Boa noite.

(Podemos ouvir o som da descarga)

domingo, 12 de setembro de 2010

Baba e Lágrimas

O homem acordou muito tarde e se levantou. Arrancou suas roupas com as unhas e os dentes, feito um animal selvagem. Depois começou a olhar para a luz, no teto. A luz feria a sua vista, mas ele continuou olhando. As lágrimas logo começaram a correr por sua face. Ele inclinava a cabeça de forma que as gotas de choro caíssem dentro de sua boca. Ele abria muito a boca e ficou muitas horas olhando para a luz, pelado, chorando, de boca aberta, cercado pelos pedaços de seu pijama rasgado. A saliva se acumulava e o homem babava muito, de forma ridícula. Escorria pelo seu peito e pela sua barriga, até chegar ao seu pau. Ele babou, babou e babou, com a boca completamente aberta, pelado, olhando para a luz, chorando, as lágrimas caindo em sua boca, cercado pelos pedaços de seu pijama rasgado.

Após algumas horas, a mulher do homem apareceu. Ela ficou olhando praquele homem ridículo, naquela situação ridícula. Então ela resolveu se ajoelhar e encostar a cara na barriga dele, de forma que a baba escorresse toda para dentro de sua boca. Ela sentia tesão pela baba do marido. Ficou lá muitas horas recebendo a baba do marido diretamente em sua boca. A baba saía da boca de seu marido, escorria pelo peito, barriga, e entrava na boca da esposa, que logo começou a babar o excesso de baba do marido, que era muito abundante. A baba que escorria da boca da esposa caía nos pedaços de pijama rasgado em que a mulher se ajoelhava.

Algumas horas depois apareceu o filho. O filho viu o pai pelado, chorando, olhando pra luz, as lágrimas caindo em sua boca, a boca aberta, babando, a baba escorrendo pelo peito, pela barriga, caindo dentro da boca da mãe, a baba da boca da mãe escorrendo e caindo no chão, nos pedaços de pijama rasgado do pai. Ele resolveu deitar no chão, num pedaço de pijama rasgado e babado, olhando pra luz, com a boca aberta, posicionado de forma que a baba que caía da boca da mãe caísse dentro da sua. Ele começou a chorar por causa da luz que feria seus olhos e as lágrimas caíam no pedaço de pijama rasgado no qual deitava sua cabeça. Com o passar das horas, a baba, que caía da boca da mãe, que originalmente tinha saído da boca do pai, misturada às lágrimas, começou a se acumular na boca do filho e escorrer para todos os lados, babando suas bochechas, narinas, queixo, olhos, e o pedaço de pijama rasgado no qual deitava sua cabeça. Com a boca lotada de saliva e lágrimas do pai, que haviam passado pela boca da mãe, e as narinas obstruídas por essa mesma composição, o menino acabou morrendo sufocado.

Quando a noite caiu, o pai resolveu parar de babar e de olhar pra luz. Ele fechou a boca e os olhos. Assim, a baba e as lágrimas pararam de escorrer pelo seu corpo e de cair dentro da boca da mãe. Então a baba lacrimejada parou de cair da boca da mãe e de afogar o filho morto. De qualquer forma, ainda havia bastante substância dentro da boca do filho, que morreu de boca bem aberta. Os pais olharam para baixo e viram o filho. Eles não haviam notado que o filho estava ali até agora. Estavam muito concentrados, e o filho não havia feito qualquer barulho que denunciasse sua presença, nem na hora da morte.

O pais pegaram, cada um, um canudinho e beberam toda a saliva com lágrimas que estava na boca do filho. Isso lhes dava tesão. Depois de beberem tudo, transaram em cima do corpo do filho morto e se deitaram para dormir. Com a luz acesa.





domingo, 5 de setembro de 2010

Verborragiar

Parece-me que alguns esperam daqui todas as respostas do mundo
Mas isso eu não posso lhes dar
Só posso lhes oferecer um pouco da minha loucura, do meu deslumbramento
Do meu delírio cotidiano
Do meu sonho de cada dia
Eu não sei o que vocês procuram aqui, o que procuram de mim
Eu não tenho nada a dizer
Nunca tive
Se disse algo, foi por acaso

As teclas inocentemente golpeadas pelos meus dedos largaram letras na tela
As letras formaram palavras ao acaso
E as palavras pareceram formar alguma ideia, opinião ou sentimento

Mas não se iludam

Não tenho nenhuma pretensão
Senão verborragiar à exaustão

Não tenho nenhumfa predtençsáão
Ssennnão veriborrrrragxiar à exaustãN


Zenão fergobagiaer ahessautan
xenon certobrior lateratanci

obae laterragiiaer ahessautan
xenon certo
gguma pretensão
Se
exaustão
Zenão f

Não tenho não
verbonrnbrio
rerhar àatanci
rear àtnci
rir ài
cr
´
!

minon
tzer
dos meu
os
as
tens que
fronhos
sdar
sonhos
tantolhese

kris
aqui
foi foi foifo foi foifo ifoif ofiofioioif
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OA Gabiner pa;.,ra a Proremesas, com o co ada, péa leilcau disse n dete, com saladas variadas, caldinho de feijão, pasteles, bandescom pa nham entos, são um sh,.;ow à par jà pururucarucarucavão, aipim fritodesfrito, purê de j abóboramamão,gtteção de Des vioana à milanesaelétrica, co de mo permit indo a descoberta de diferentes saboresdores. Os tradicio naiyiais uiyu(e Wiui-khjjhFi, como já ac,.;onteceu, a solicitação do gigEntãoSenãoBretões prepare os olhosanusboca uljçjlke oar aipim,y paste out;,rasarada DP) de Mabolcias fazem a aleaoleta d.,;e dados continua bre o mapa, ver image;,.ns de uiuma çklrua emlkç 360 graçlus.gh Entsdretasdfnto, o projetblico dhg;,e desculimuy samjaio uiuyam ote kljtranoMapsrdd. delíada, a quinta-feira que não vai permitir a renovação universaldebolso reyam se es;.,sasuatividaddos djeupe nata itão, torE para fech p chave de;., ouro, uma grande variedade de pouco saobdfre outros. Não tem ckjomo reks eel dGPlemente, aladar para a deliciosa Feijoadaestiradaestocada. Oinze tipos de carnes corpos cremes cremensidão são servidasupridaspartidas sO a67854mbicioso projeto permitesdf dsfaos usuários, com fsdapenas em vária76idades do mundlço receberam dados privadospúblicos acidentalmentesEcorpos%dsffdte.77

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